As Práticas Evolucionárias da
Geração de Valor do Negócio
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"Negócios que agregam valor a todas as partes interessadas geram um impacto duradouro e sustentável."
1ª PRÁTICA DA GESTÃO EVOLUCIONÁRIA
Todo negócio deve gerar valor para o ecossistema organizacional com o qual interage, promovendo a prosperidade e a perenidade para todas as partes interessadas.
Essa prática é o alicerce do Modelo de Gestão Evolucionária, destacando a importância de gerar valor para todo o ecossistema organizacional. Ela exige que o impacto positivo do negócio seja considerado para todas as partes interessadas (stakeholders), indo além do foco exclusivo no cliente ou na maximização do retorno para os acionistas.
Essa abordagem está alinhada aos princípios da Governança Corporativa moderna, que busca equilibrar os interesses de todos os stakeholders, criando valor de forma duradoura. Clientes, colaboradores, sócios, investidores, parceiros, fornecedores, governo, academia, meio ambiente e sociedade como um todo são vistos como elementos fundamentais de um ecossistema interdependente. Para líderes e gestores, isso implica um compromisso que ultrapassa resultados imediatos, priorizando a sustentabilidade e o bem-estar coletivo.
Ao adotar essa visão, as organizações não apenas contribuem para a vitalidade e sustentabilidade do ecossistema, mas também reforçam sua relevância e reputação no mercado. Um foco limitado ao curto prazo pode comprometer aspectos essenciais como ética, responsabilidade social e impacto ambiental, ameaçando a continuidade e a credibilidade da organização.
Por outro lado, a verdadeira perenidade corporativa não se define apenas pelos resultados financeiros, mas pela capacidade de adaptação, aprendizado e inovação contínua. Essa resiliência permite que as organizações permaneçam relevantes frente às mudanças do mercado e às crescentes demandas sociais e ambientais. Reconhecer que a sobrevivência empresarial depende do equilíbrio entre os interesses de todos os stakeholders é essencial para alcançar estabilidade, prosperidade e continuidade no longo prazo.
Com base nesses princípios, reafirmamos a definição de Business Agility adotada pelos praticantes da Agile Business Ownership:
“Agilidade de Negócios é a capacidade de uma organização se adaptar e evoluir continuamente, gerando impacto positivo para todas as partes interessadas e promovendo um crescimento sustentável.”
2ª PRÁTICA DA GESTÃO EVOLUCIONÁRIA
A estratégia deve definir o que é valor para as partes interessadas e como ele deve ser gerado pelo negócio.
Dando continuidade ao compromisso de gerar valor para o ecossistema organizacional, a estratégia empresarial se posiciona como o eixo central que orienta e sustenta essa jornada. Ela não apenas define o que é valor, mas também estabelece como ele deve ser gerado, garantindo que todas as partes interessadas sejam contempladas — sócios, clientes, colaboradores, investidores, parceiros, fornecedores, governo, meio ambiente e sociedade.
Uma estratégia bem elaborada leva em conta uma ampla gama de fatores, como o modelo de negócio, o posicionamento no mercado, a qualidade de produtos e serviços, a eficiência operacional e o retorno sobre o investimento. Ela também considera o impacto de variáveis externas — econômicas, tecnológicas, políticas, legais, ambientais e sociais — que moldam o contexto organizacional.
No coração de uma estratégia eficaz está a capacidade de posicionar o negócio de forma única, criando diferenciais sustentáveis que assegurem prosperidade no curto prazo e perenidade no longo prazo. Essa visão estratégica conecta o estado atual da organização a um futuro desejado, identificando oportunidades, superando desafios e fortalecendo capacidades organizacionais. É um movimento contínuo de evolução e adaptação.
Os agentes de governança, como conselhos, comitês e a alta gestão, desempenham um papel vital na formulação, execução e monitoramento da estratégia. Eles asseguram que ela esteja alinhada ao propósito, valores e objetivos do negócio, avaliando continuamente resultados financeiros, satisfação dos clientes, impacto social e ambiental e posicionamento de mercado. Sua atuação também envolve identificar e desenvolver as capacidades organizacionais necessárias para sustentar e transformar a empresa, garantindo sua relevância em um cenário dinâmico.
A estratégia ainda se materializa por meio das declarações institucionais, como propósito, missão, visão e valores, que orientam a essência e a identidade organizacional. Esses pilares são traduzidos em direcionadores estratégicos e objetivos concretos, abrangendo perspectivas financeiras, de clientes, de mercado, de impacto ambiental e social, além das capacidades necessárias para execução.
A 2ª prática da Gestão Evolucionária reforça que a estratégia é a base para a Business Agility. Ela deve partir da alta gestão, apoiada pela governança corporativa, conectando uma visão de longo prazo às necessidades imediatas das partes interessadas. Dessa forma, a estratégia não é apenas um mapa para entender o que é valor, mas também o guia para sua realização. É o elo entre o propósito organizacional e a prosperidade sustentável de todo o ecossistema.
3ª PRÁTICA DA GESTÃO EVOLUCIONÁRIA
A execução da estratégia deve garantir a geração de valor e viabilizar o crescimento sustentável do negócio.
Após definir o que é valor e como ele deve ser gerado por meio da estratégia, a próxima etapa crítica é assegurar que esse plano se transforme em realidade. A execução eficaz é o elo que conecta a visão estratégica à entrega de valor para todas as partes interessadas, viabilizando o crescimento sustentável e a evolução do negócio.
Dados de estudos globais revelam que muitas organizações enfrentam dificuldades nesse aspecto. Um estudo da Harvard Business Review Analytic Services (2019), com 1.636 executivos de todo o mundo, indicou que apenas 20% das empresas atingem 80% ou mais de suas metas estratégicas. Outro levantamento realizado pela Economist Intelligence Unit (2017) mostrou que 63% dos executivos não enxergam a execução como uma tarefa estratégica, apesar de sua relevância ser indiscutível. Esses dados reforçam a importância de transformar a estratégia em ação para alcançar resultados concretos.
A execução da estratégia envolve mobilizar recursos, implementar processos e conduzir iniciativas que criem valor. Isso inclui desde o desenvolvimento de novos produtos e serviços até a melhoria contínua de operações e a excelência no atendimento ao cliente. No entanto, essa execução exige uma gestão ambidestra — um equilíbrio entre a sustentação e otimização do modelo operacional existente e a busca por inovação e transformação organizacional.
Na Gestão Evolucionária, a execução eficaz é fundamental para atingir o estado futuro desejado pela estratégia. É por meio dela que a organização desenvolve as capacidades necessárias para incorporar a Business Agility em seu DNA, permitindo que:
- Responda rapidamente às necessidades dos clientes e demais stakeholders.
- Adapte-se com agilidade às mudanças e tendências de um mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo) e digital.
- Acelere o crescimento por meio da inovação, criando tendências com produtos e serviços diferenciados.
- Atraia, desenvolva e engaje talentos alinhados ao propósito da organização.
- Realize transformações organizacionais de forma sustentável e contínua.
A execução não é apenas uma etapa operacional; ela é a materialização da estratégia e o motor da evolução organizacional. Empresas que priorizam a execução como parte de sua visão estratégica são capazes de alinhar esforços de curto prazo com objetivos de longo prazo, fortalecendo sua relevância no mercado e sua capacidade de gerar impacto positivo no ecossistema.
Dessa forma, a 3ª prática da Gestão Evolucionária reafirma que a execução é essencial para conectar a estratégia à entrega de valor, garantindo o crescimento sustentável e a prosperidade da organização. Sem execução, não há transformação; com execução, a estratégia ganha vida, e o negócio evolui continuamente.
4ª PRÁTICA DA GESTÃO EVOLUCIONÁRIA
Um processo contínuo de descoberta e entrega de valor do negócio deve garantir a evolução organizacional.
No contexto da Business Agility, a evolução organizacional depende de um sistema de gestão que integre de forma contínua a descoberta e a entrega de valor do negócio para as partes interessadas. Isso exige que as organizações sejam capazes de reagir prontamente às mudanças de mercado, antecipar tendências e alinhar suas ações às necessidades de todas as partes interessadas.
O processo de descoberta de valor é sustentado pela Gestão Estratégica, que combina os esforços de Governança Corporativa e Gestão de Portfólio de Programas Estratégicos. Ele permite identificar oportunidades de negócio, compreender as demandas dos clientes e stakeholders e acompanhar as tendências e avanços tecnológicos. Esse processo colaborativo e iterativo assegura que a organização permaneça competitiva, inovadora e relevante no mercado.
Já o processo de entrega de valor é viabilizado pela Gestão Ambidestra, que equilibra os esforços entre a Operação do Negócio (sustentação e crescimento) e a Mudança do Negócio (inovação e transformação). Essa abordagem garante que os produtos e serviços entregues superem as expectativas dos clientes e demais partes interessadas, promovendo fidelidade, confiança e sustentabilidade.
Esses dois sistemas — Gestão Estratégica e Gestão Ambidestra — são interdependentes e formam um ciclo virtuoso de descoberta e entrega de valor. A Gestão Estratégica impulsiona a inovação e a definição do que é valor, enquanto a Gestão Ambidestra transforma essa visão em realidade, por meio da execução eficaz e do alinhamento contínuo com o ecossistema organizacional.
Assim, a 4ª prática da Gestão Evolucionária estabelece que a evolução organizacional só é possível por meio de um sistema integrado, que conecte a descoberta ao impacto real de valor. Esse sistema deve garantir:
- Flexibilidade para adaptar-se a mudanças.
- Colaboração entre todas as áreas e stakeholders.
- Crescimento sustentável alinhado ao propósito organizacional.
Com essa prática, encerramos o racional de alto nível sobre a Geração de Valor do Negócio. Na próxima seção, exploraremos as cinco práticas essenciais para a Descoberta de Valor do Negócio, detalhando como identificar e priorizar oportunidades que alimentem esse ciclo contínuo de evolução.