Business Agility: afinal, o que significa?

Business Agility

Nós na ABO Academy temos uma visão bem definida sobre Business Agility:

Business Agility é a capacidade de uma organização impactar positivamente todas as partes interessadas e a gerar vantagem competitiva para o negócio, viabilizando o crescimento de forma sustentável.”

Explicamos mais sobre nossa perspectiva a seguir!

Não existe uma definição de Business Agility, apenas diferentes visões

Esta é uma percepção que desenvolvemos a partir de uma profunda pesquisa sobre gestão de negócios. Assim, dediquei dois anos para estudar com profundidade Business Agility no meu Mestrado em Ciência da Computação. 

Dentro desse período, percorri por diversos estudos tanto no campo da engenharia de software como na administração para entender se poderia existir alguma definição clara sobre Agilidade de Negócios. 

Logo, o que descobri inicialmente foi que, em sua essência, ela é perseguida pelas empresas há muitos anos, pois representa uma capacidade organizacional que faz com que negócios prosperem e perpetuem. 

Também foi possível concluir que não existe tal definição universal e definitiva. Então, o que existem são outras diferentes visões e percepções. 

Dito isso, inspirado por George E. P. Box, posso dizer que todas estão erradas, inclusive a nossa, mas algumas delas podem ser úteis em determinados contextos.

Fórmulas nos negócios existem, mas não existem fórmulas mágicas

Vou me concentrar apenas na nossa visão nesse texto! Caso você tenha interesse em conhecer outras e debater com mais profundidade cada uma, você pode fazer o nosso curso ABO Foundations. 

Nesse curso oferecemos um módulo com as mais relevantes visões do mercado. Outra alternativa para você debater sobre o tema é se tornar membro do Business Agility Club, uma comunidade de prática dedicada a trocar ideias e aprendizados.

Voltando ao tema central, antes de seguir, quero deixar claro quais as principais capacidades de negócio trazidas pela Business Agility e que podem fazer com que uma organização evolua de uma maneira sustentável:

  • Responder rapidamente às necessidades dos clientes e demais partes interessadas,
  • Adaptar-se às mudanças e tendências de um mercado cada vez mais VUCA e digital,
  • Acelerar o crescimento pela inovação, criando tendências com seus diferenciais competitivos,
  • Atrair, desenvolver e engajar talentos no seu propósito transformador, e
  • Realizar as transformações organizacionais necessárias de forma sustentável.

Assim, você concorda que é possível afirmar que Business Agility representa na verdade um conjunto de capacidades essenciais para prosperar e perpetuar um negócio e vem sendo perseguida há anos pelas empresas? 

Porém, a diferença é que nas revoluções industriais do passado, tínhamos mais tempo para nos adaptarmos a uma mudança, as empresas se mantinham relevantes por décadas fazendo a manutenção dos mesmos diferenciais competitivos.

Isso porque o mercado levava anos para se transformar e exigir novas capacidades empresariais. Ou seja, um cenário muito diferente do nosso atual.

Mesmo assim, a gestão de empresas nunca esteve inserida no campo das ciências exatas como bem sabemos, assim como a Business Agility não está: isso é fato. 

Por exemplo, uma ciência exata representa a capacidade de determinar expressões quantitativas e métodos rigorosos (protocolo) de testar hipóteses. Para, especialmente, reproduzir experimentos envolvendo predições e medições quantificáveis. 

Isto é, sempre que obtivemos sucesso com um experimento (case de sucesso) esse fenômeno obrigatoriamente poderá ser reproduzido por qualquer outro cientista que siga exatamente a “receita” utilizada. 

Afinal, é uma ciência exata, usamos fórmulas matemáticas para nos levar ao mesmo resultado de qualquer outra pessoa que as utiliza.

Nem preciso ir além com mais exemplos para chegarmos à conclusão que nos negócios isso não é verdade!

Inspiração e “não modelo”

Então, afirmo com 100% de certeza de que nem os mais detalhados e bem escritos cases de sucesso das empresas mais admiradas do mundo servirão como protocolo capaz de reproduzir os mesmos resultados em outro contexto de negócio. 

Henrik Kniberg, trabalhou no Spotify e escreveu um texto retratando a cultura que a empresa utilizava para “escalar” a agilidade. Muitas pessoas associam isso ao famoso “modelo Spotify”. 

Bom, alguns anos depois ele mesmo escreveu outro texto com o título “No, i didn’t invent the Spotfy model”, que em português seria “Não, eu não inventei o modelo Spotify”. 

Fora isso, diversos textos e artigos foram publicados afirmando que na verdade o que eles tinham era um “não modelo”. Por isso, não era uma receita, mas uma forma de exemplo e inspiração sobre como eles conseguiam manter uma cultura de colaboração, foco na melhoria e entregar cada vez mais valor ao cliente.

Evitar a complexidade não é o caminho

Diante disso, eu quero conduzir você para duas conclusões que fazem sentido para mim. 

A primeira delas é que Business Agility não possui uma definição única e definitiva e tão pouco uma fórmula. 

Logo, não é framework, modelo ou ferramenta. Portanto, os diversos casos de sucesso mundo afora não devem, em momento algum, serem encarados como protocolos para que tornar sua empresa ágil, devem ser exemplos, fontes de inspiração.

A outra conclusão é que não é por falta de definição sobre o que é Business Agility que essa expressão ainda é incompreendida. 

Muitos profissionais começaram a tratar esse tema de forma equivocada e reduziram a um modelo, certificação, processo ou ferramenta. Da mesma forma como foi feito com o “não modelo” Spotify.

Assim, existe um provérbio chinês que traz a seguinte mensagem: “Um homem aponta o céu. O tolo olha o dedo. O sábio vê a lua.”

Acredito que usar a palavra tolo é pesada para definir as pessoas que seguem cases de sucesso como fórmula. Por isso, acredito que nós seres humanos temos grande dificuldade de aceitar a complexidade, que infelizmente, faz parte das nossas vidas. 

Contudo, é uma importante reflexão que temos que fazer constantemente: se em diversos momentos não estamos agindo como tolos por querer evitar a complexidade, mesmo que ela possa trazer melhores resultados para todos nós.

Conheça o ABO Manifesto!

Co-Fundador da ABO Academy, sócio e head de Consultoria na  SURYA | Business Agility Getting Real (2001), uma empresa de consultoria e educação executiva, referência em Agilidade de Negócios no Brasil, que desenvolve programas de aceleração de resultados baseados nas abordagens Lean, Ágil e Exponencial (ExO).

Formado em Publicidade e Propaganda, especialista em Marketing Estratégico e Mestrando em Ciência da Computação, atua como palestrante, mentor e consultor em projetos de agilidade de negócios e transformação digital de empresas.

Sou um incentivador, estudioso e disseminador dos princípios e valores presentes no papel do Agile Business Owner. Um modelo de liderança para a nova economia digital, que unifica o que há de melhor dos pensamentos Lean, Ágil e Exponencial e torna líderes de negócio agentes inspiradores e catalisadores de mudanças organizacionais.

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