O Papel do Business Owner no SAFe 5.0: Debates do 6º encontro da CoP ABO Brasil

O tema destaque do 6º encontro da Comunidade de Prática de Agile Business Owner foi “BUSINESS OWNERS NO SAFE 5.0: Responsabilidades e Desafios”, que contou com palestras de Mariella Lehmann, Head of Lean-Agile Center of Excellence (LACE) na Elo Cartões, e Junior Ribeiro, Business Owner no Banco Bradesco.

Como em todo encontro da Comunidade de Prática de Agile Business Owners do Brasil (CoP ABO Brasil), os 30 minutos iniciais foram destinados à apresentação e contextualização do conteúdo pelos convidados palestrantes. Tivemos 3 rápidas exposições de ideias que estimularam o público a debater no fishbowl virtual (reunião pelo Zoom), o grande momento de nosso evento. Mariella abriu o bloco conteúdo com a palestra “O Papel do Business Owner no SAFe”, seguida por Junior Ribeiro, que abordou os “Desafios e Mudanças de um Business Owner”.

A soma das palestras com os debates traz muito aprendizado aos participantes do evento e, com certeza, todos saem provocados e instigados a experimentar novas abordagens em suas vidas profissionais. Para buscar condensar todo esse conhecimento, trazemos aqui 4 pontos que destaco deste encontro.

1. Agilidade de Negócios é uma escalada externa

Uma das características da “Business Agility”, Agilidade de Negócios em português, é ampliar a atuação da empresa para fora de seus limites organizacionais, e não apenas internamente, como vinha sendo feito até a segunda década da agilidade. Uma tarefa que não parece ser simples, pois não basta ter olhos para usuários de produtos, mas sim para comportamento de mercado, concorrência, situação econômica, etc.

Mariela reforçou que o principal impedimento para tornar esse cenário uma realidade, com a velocidade desejada para a Nova Economia Digital, “é o modelo mental que ainda preza a valorização dos silos, das cadeiras que as pessoas ocupam”. São pensamentos de pessoas que já estão há anos trabalhando dessa forma. Um formato anterior, característico do século 20, mas que ainda vive no íntimo das organizações de hoje em dia.

Mesmo com todas as dificuldades existentes, podemos ver uma luz ao final do túnel associada ao estímulo à mudança por meio dos pensamentos Lean, Ágil e Exponencial. Segundo Júnior, esse é o ponto chave da conversa “fazer com que a liderança tenha esse conhecimento e esses pensamentos, a fim de podermos escalar para fora das organizações e fugirmos das fronteiras corporativas.”

2. O mundo instável dos negócios exige um líder visionário

O atual contexto de mercado exige das organizações uma mudança de seus atuais padrões de gestão de liderança. Estamos vivendo um período de desequilíbrio que está obrigando empresas a realizarem a reestruturação de sua estrutura, processos e modelos de negócio, resultando na necessidade de mudança e quebra de paradigmas em gestão.

O sentimento que temos é que todos estão numa corrida frenética para se manter ativos e relevantes no mercado. Segundo Júnior, o papel do Business Owner é importante para demonstrar o caminho desta mudança. Demonstrar para onde seguir e construir com o time garante irá garantir o processo de transformação.

Esse discurso é o que faz sentido para todas as organizações, como a Mariella reforçou no debate. Temos que provocar diariamente para que essas atitudes se tornem um hábito da liderança. Temos um caminho longo, mas muito já iniciaram o seu percurso com alguns passos na direação da Agilidade de Negócios.

3. Atuação do Business Owner vai além de manter a organização competitiva

Quando olhamos para a abundância de oportunidades da Nova Economia Digital, em termos de acesso à tecnologia e possíveis ganhos exponenciais, um líder de negócios deve vislumbrar muito além dos ganhos orgânicos. Ele ou ela devem estimular uma visão de futuro de ganhos exponencial de diferentes variáveis de seu negócio.

Júnior trouxe um conselho importante sobre este tema: “cada vez mais os BOs devem resolver soluções agregando valor e desenvolvendo novas capacidades para o negócio. Muito mais do que focar na sustentação, ele deve pensar na evolução do negócio.”

Este pensamento também é reforçado por Mariella, quando traz uma das responsabilidades defendidas pela ELO que deve ser exercida pelos BOs que é “apoiar e orientar a resolução de temas de alto impacto”.

4. Agilidade de Negócios deve ser bem orquestrada

Muitas vezes os silos voltam travestidos de Squads (modelo popularizado pelo Spotify), Vilas Ágeis (como o Bradesco denominou as “tribos” do modelo Spotify) , ARTs (Agile Release Trains, termo usado pelo modelo SAFe). Ou seja, voltamos à mesma questão de anos.

Muitas vezes, as diferenças obrigarão os líderes a trabalharem com a diversidade de contextos dentro de uma organização. Cada Iniciativa (vamos usar esse termo para agregar o que é Squad, Vila e ART, para simplificar) possui suas características, seu idioma e sua capacidade de entrega e análise. Não teremos todas em sintonia perfeita, mas podemos orquestrá-las, levando em conta a estratégia e os objetivos do negócio.

Cada iniciativa possui linhas executivas distintas, mas todas precisam compreender seu papel de gerador de valor para os clientes, cuja orquestração passa a ser essencial para o sucesso a organização, segundo Júnior. Para Mariella, existe a necessidade de aproximar os principais líderes dessas inciativas, avançando em um ritmo responsável, sem acelerar demais, mas ao mesmo tempo instigando a evolução.

Em resumo o que se aprendeu

O atual contexto exige uma mudança do modus operandi da gestão e liderança. Estamos vivendo um período de desequilíbrio que está obrigando empresas a realizarem várias mudanças em seus modelos de governança.

Tudo isso resulta em uma corrida frenética das organizações para se manterem ativas e relevantes no mercado. Uma forma de ter sucesso nessa corrida é abordar com seriedade e disciplina o tema Agilidade de Negócios.

O que poucos estão se percebendo é que, para a Agilidade de Negócios se tornar uma realidade nas organizações, é preciso sermos capazes de gerar novas capacidades de adaptação e mudanças necessárias para as demandas e tendências de mercado. Par isso, é preciso termos líderes de negócio visionários que atuem de forma evolutiva e próximos das equipes que irão realizar a mudança. Não basta continuar focando em processos e ferramentas, ou focar somente na felicidade dos colaboradores. É necessário elevar o discurso para o nível de Negócios.


Sobre a COP ABO Brasil

Mensalmente, um grupo de gestores e especialistas se reúne de forma virtual para discutir melhores formas de evoluirmos de disseminarmos os conceitos, valores, princípios e práticas da Agilidade de Negócios nas organizações a partir da perspectiva de negócios. Nossa crença comum é de que a chave para o sucesso deste desafio está na liderança efetiva dos Agile Business Owners nas organizações.

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