Tenho observado no mercado um excesso de foco em painéis de controle, indicadores de desempenho, objetivos e resultados-chave. São dashboards sofisticados, relatórios precisos e muita análise de dados. Mas onde está a estratégia? Onde está a ação? Como isso impacta a liderança?
A impressão que fica é a mesma da ilustração abaixo: uma mega sala de controle monitorando e apontando o desempenho de uma estrutura arcaica de liderança e gestão. Poucas ações efetivas são direcionadas para a atração, engajamento e desenvolvimento de talentos – em especial, da média gestão. E nem vou falar em retenção, pois as três ações anteriores já podem garantir que muita gente boa permaneça na empresa.
Se queremos falar de líderes e equipes de alta performance (contexto em que faz sentido investir em painéis de controle sofisticados), precisamos de um ambiente que ofereça apoio e suporte da alta gestão ao desenvolvimento da liderança. Isso significa um modelo que esteja:
- Conectado com as pessoas
- Consciente dos problemas de negócio
- Coerente no modelo de gestão
- Consistente na execução
Monitorar problemas (2) e cobrar execução (4) sem antes fortalecer a conexão com as pessoas (1) e a coerência na gestão (3) é um erro clássico que impede a verdadeira evolução organizacional.
Algumas questões para reflexão:
- Na sua empresa, quem tem a responsabilidade por atrair, engajar e desenvolver talentos? O RH? Mas é o RH quem está suportando os líderes dos programas estratégicos que visam o crescimento sustentável do negócio?
- O que seus líderes e gestores realmente fazem com todos os dados coletados sobre o desempenho de seus processos, equipes e profissionais? Se o ambiente é para ser de alta performance, qual o nível de tolerância à baixa performance?
- Quais outros profissionais (de diferentes áreas) estão dando suporte efetivo a quem está à frente da execução da estratégia empresarial?
Tenho estimulado essa reflexão nos meus clientes, implementando os modelos de Gestão e Liderança Evolucionárias da Agile Business Ownership como base para o nosso Programa de Aceleração de Negócios. E sabe o que é impressionante? Como é possível mudar da água para o vinho sem depender tanto de sistemas de informação altamente sofisticados.
Porque, no fim das contas, a maioria das empresas ainda está longe de ser de alta performance na média e baixa gestão. Portanto, mais do que se apegar à medição, apegue-se à ação focada no desenvolvimento de líderes e gestores.
Não sou contra painéis de controle, tanto que estimulo a criação dos mesmos. O que defendo é que não sejamos escravos do processo, mas sim que o processo nos torne melhores profissionais. Em especial, como líderes e gestores.
Gostaria de saber qual a sua opinião à respeito do meu posicionamento.
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