Autor: Mateus Piveta

  • 4 Vídeos para Desmascarar a Falsa Agilidade de Negócios

    4 Vídeos para Desmascarar a Falsa Agilidade de Negócios

    Existem muitas definições sobre Agilidade de Negócios espalhadas por aí. Porém, muitas delas acabam negligenciando o próprio negócio em si e, para nós, isso é um problema.

    Dentro do ambiente corporativo, a estratégia é um fator decisivo para o sucesso de qualquer empresa, ainda mais quando olhamos para o contexto da Nova Economia Digital. Uma questão que nos chama a atenção é que, o que predomina em estratégia no contexto da tecnologia é a visão de produto, e tudo que não for considerado produto acaba ficando de fora da análise.

    Ou seja, por mais que se escute muito sobre Agilidade de Negócios no mercado de tecnologia, algumas pesquisas sugerem que as empresas tendem a colocar mais ênfase na melhoria da perspectiva operacional com Agilidade do que na conquista dos objetivos de negócio. Isso demonstra que os conceitos de agilidade, seguidos pelos profissionais de desenvolvimento de software, não são suficientes para lidar com questões de nível empresarial.

    Acreditamos que a verdadeira Agilidade de Negócios deve ser desenvolvida a partir da perspectiva de negócios, sob a responsabilidade dos líderes de negócios. Do contrário, continuaremos falando de Agilidade Organizacional (levar o pensamento ágil para toda a organização) e até mesmo da Agilidade Operacional (conheça as diferentes ondas da Agilidade neste artigo).

    “Agilidade de Negócios é um conjunto de valores, princípios e práticas utilizados pelas empresas para acelerar o crescimento e impactar positivamente as partes interessadas. Também defendo que, diante dessas duas grandes promessas, a Agilidade de Negócios deve ser tratada pela alta gestão das empresas como um estado futuro desejado de vantagem competitiva no contexto da Nova Economia Digital.” – Luiz Parzianello

    Leia o artigo Business Agility é sobre como tornar um negócio incrível

    Selecionamos 4 vídeos do nosso canal no Youtube, Lean Business Analysis Brazil, onde nosso fundador, Luiz Parzianello, dá dicas valiosas para você sair dessa confusão e conseguir aproveitar todo o potencial prometido pela Agilidade de Negócios.


    Agilidade de Negócios NÃO é Agilidade Fora da TI

    Será que somente levar processos e ferramentas ágeis para fora da TI torna uma organização ágil? Podemos adiantar aqui que o problema é bem mais complexo, pois envolve atuar também na mentalidade dos gestores nos níveis tático e estratégico da organização.


    Os Sete Princípios da Agilidade de Negócios

    Neste vídeo a Agilidade de Negócios é relacionada com a evolução dos valores, comportamentos e capacidades organizacionais, pois são eles que fazem com que os negócios e os indivíduos se tornem mais adaptáveis, criativos e resilientes à complexidade, incerteza e mudança da nova economia pós-digital.


    Agilidade de Negócios é … tornar os negócios incríveis!

    Criada em 2017 por Parzianello e Piveta, a Fórmula dos Negócios incríveis serve para demonstrar quais variáveis devem ser consideradas no desenvolvimento da estratégia organizacional a fim de tornar um negócio incrível. Esta fórmula é revisitada neste vídeo com um modelo complementar, que demonstra como a mesma pode ser colocada em prática com os pensamentos Lean, Ágil e Exponencial.


    Acabem com Rituais e Cerimônias!

    No mundo ágil não há lugar para burocracia. Por isto, chama atenção e causa estranheza que se criem “rituais e cerimônias” em lugar de eventos, práticas ou, simplesmente, reuniões. Este vídeo explica por que devemos resistir a estes modelos formais e protocolares, que vão contra tudo aquilo que se busca em agilidade de negócios.


    Você conhece nosso canal Lean Business Analysis Brazil? Assine! Temos mais de 130 vídeos gratuitos com um conteúdo altamente provocador.

    Acesse e veja muitos outros vídeos que certamente irão estimular a reflexão sobre o impacto das abordagens Lean, Ágil e Exponencial (ExO) nos ambientes de negócio, com um raciocínio lógico e pragmático fundamentado em sólidas bases conceituais.

  • 24º Encontro da CoP vai debater como tornar os negócios incríveis.

    24º Encontro da CoP vai debater como tornar os negócios incríveis.

    A jornada Rumo à Business Agility já começou e o próximo encontro vai ser ainda mais especial.

    Seguindo com a proposta de ensinar os caminhos para adotar o metamodelo Business Agility Getting Real, o 24º Encontro traz um case de sucesso da sua adoção.

    O case da Quanta Previdência vai ser apresentado pela CEO, Denise Maidanchen, e por Glauco Milhomen Balthar, Diretor de Tecnologia e Operações.

    Este encontro dará sequencia ao evento passado e também contará com uma masterclass de 20min com Luiz Parzianello (reveja o encontro passado aqui).

    Sobre a segunda temporada 2022 da CoP ABO Brasil

    Nossa grande novidade está no formato de masterclass combinada com o nosso tradicional fishbowl de debates. Ao final dos 6 encontros que teremos, nesta edição, você terá realizada um curso gratuito de 8h com certificado de conclusão do curso Introdução ao Modelo Business Agility Getting Real, emitido pela ABO Academy ao término da temporada, mediante um desempenho mínimo de 80% nos testes de assimilação de conhecimento.

    Se você não conseguiu participar do encontro anterior, não tem problema, o evento está gravado e você pode acessar aqui.

    Não perca esta grande oportunidade, coloque na sua agenda:

    • O que: 24º Encontro da Comunidade de Prática de Agile Business Owners do Brasil (CoP ABO Brasil)
    • Quando: 08 de Agosto de 2022 (Segunda-Feira)
    • Horário: 18h30 até 20h
    • Quanto: Gratuito, basta se inscrever clicando no botão abaixo.

    IMPORTANTE: Ao fazer a sua inscrição você automaticamente está inscrito em todos os demais encontros, então, para facilitar, já confere o que vem pela frente e já se programa para poder estar conosco ao vivo.

    1. 11/07 – Rumo à Business Agility: A essência do modelo Business Agility Getting Real™ (Vídeo já disponível – Veja aqui
    2. 08/08 – Business Agility Getting Real: Como tornar os negócios incríveis
    3. 05/09 – Business Agility Getting Real: Como estruturar a jornada de transformação
    4. 03/10 – Business Agility Getting Real: Como desenhar a jornada de transformação
    5. 07/11 – Business Agility Getting Real: Como implementar a jornada de transformação
    6. 05/12 – Business Agility Getting Real: O papel da liderança e seus grandes desafios

    Sobre os Encontros da CoP ABO Brasil

    Para quem ainda não acompanha de perto as atividades da ABO Academy ou nunca participou de um evento da CoP ABO Brasil, nossos encontros são on line (Zoom), gratuitos e abertos para quem tiver interesse nos temas em debate.

    Reunimos diversos especialistas e executivos de grandes empresas nacionais e internacionais em nossos encontros. Nossas palestras de curta duração tem por objetivo contextualizar o problema para aprofundar o debate de cada encontro, sendo realizadas por especialistas da ABO Academy ou por convidados especiais, como é o caso de grandes executivos com muita experiência para compartilhar com os participantes do evento.

    Todos os encontros são de alto nível, sendo considerados verdadeiras aulas de MBA por muitos de seus participantes, pois seus debates foram altamente reflexivos e provocativos. Todos os encontros são gravados e seu conteúdo disponibilizado gratuitamente para os membros da ABO Academy em nossa plataforma de EAD.

  • A jornada rumo à Business Agility já começou! Junte-se a nós.

    A jornada rumo à Business Agility já começou! Junte-se a nós.

    A jornada iniciou no dia 11 de julho de 2022, com o 23º encontro da Comunidade de Prática de Agile Business Owners do Brasil (CoP ABO Brasil) e trouxe para o centro do debate o tema: Rumo à Business Agility: A essência do modelo Business Agility Getting Real.

    O encontro já está disponível aqui na plataforma, assim com todos os 22 encontros anteriores. Clique aqui para ter acesso ao catálogo completo e fazer parte do grupo de especialistas.

    Esta é a primeira vez que a ABO Academy apresenta em forma de curso gratuito, o “metamodelo” Business Agility Getting Real. O formato lembra um “bootcamp”, um programa de formação curto, são 2h de masterclasses e 6h de debate com a presença de especialistas do mercado, entre eles CEOs e Diretores de grandes empresas do mercado nacional.

    O objetivo desta iniciativa é ajudar os profissionais inseridos no contexto da nova economia digital e que são pressionados para se adaptarem às mudanças, que possam, em um curto período de tempo, aprender como fazer isto e ir além, vamos demonstrar que mais que se adaptar é possível antecipar muitas ondas transformadoras.

    Esta segunda temporada reúne mais de 20 anos de experiência em agilidade da SURYA que traz em seu slogan “Business Agility Getting Real” por ter a consciência de que o mundo corporativa precisa apontar seus holofotes para as necessidades de negócio, o desenvolvimento de seus diferenciais competitivos mais do que se preocupar em qual ferramenta ou tecnologia deve adquirir. Isto é o princípio básico para tornar realidade a agilidade de negócios em qualquer organização.

  • Por que a implementação da sua estratégia falha?

    Por que a implementação da sua estratégia falha?

    Ram Charan, um dos mais prestigiados consultores do mundo, foi responsável por aconselhar muitos executivos e CEOs das maiores e mais emblemáticas empresas que conhecemos. Ele tem uma frase que que acredito ser capaz de resumir o que penso sobre o tema deste artigo:

    Criar uma estratégia brilhante é fácil. O difícil é colocá-la em prática.

    Ram Charan

    Tenho me dedicado há pelo menos uma década a entender como um negócio funciona, como as empresas criam e gerenciam suas estratégias, o que motiva os empreendedores, gestores e líderes a seguirem conduzindo seus negócios num ambiente cada vez mais complexo e incerto.

    Esta minha trajetória me fez perceber que muitas coisas se mostram comuns não apenas no sucesso dos negócios, mas também quando as coisas não saem como se esperava. Para se ter uma ideia do que estou falando, a McKinsey demonstrou em pesquisa feita com seus clientes que 70% das transformações organizacionais falham de maneira recorrente. Este é um número que me preocupa como empresário, empreendedor e consultor, pois ele carrega consigo não somente a falha da gestão de mudanças, mas também uma possível decadência e falência da organização no médio e longo prazo.

    O fechamento de uma empresa engloba uma série de questões sociais, por ser uma parte de extrema importância para a cadeia de valor de uma sociedade. Vamos olhar para o Brasil: segundo o Boletim do Mapa de Empresas, divulgado pelo Ministério da Economia, tivemos em nosso país mais de 4 milhões de novas empresas em 2021 e fechamos o ano com quase 19 milhões de empresas ativas. Se simplesmente aplicarmos o dado da McKinsey aqui, podemos dizer que mais de 13 milhões de empresas brasileiras podem estar em apuros nas suas iniciativas de transformação organizacional, em especial as culturais e digitais.

    Não vou tentar propor uma receita milagrosa para mudar o cenário pessimista apresentado pela pesquisa, mas vou listar 10 possíveis causas que considero muito comuns no mundo empresarial que acabam levando gestores a conduzirem suas organizações para uma execução desastrosa de sua estratégia de negócios.

    10 Causas para o Fracasso na Transformação Organizacional

    1. FALTA DE CLAREZA NA ESTRATÉGIA: A alta gestão é responsável por tomar decisões estratégicas. Porém, há uma falta de clareza e síntese na tradução de suas decisões para as equipes responsáveis pela execução.
    1. FOCO EM RECURSOS: Devido a vasta disponibilidade de dados, as empresas identificam uma abundância de oportunidades de negócio. Porém, é muito comum vermos gestores frustrados quando percebem a escassez de recursos para aproveitá-las.
    1. NÃO SABER PRIORIZAR: Empresas contam com o suporte de grandes consultorias apoiando o design se sua estratégia. Porém, acabam ficando por conta própria na implementação, enfrentando dificuldades na priorização de suas iniciativas.
    1. FALTA DE EQUILÍBRIO NAS INICIATIVAS: Geralmente, observamos uma maior ênfase no “beyond core business” (inovação e futuro) no desenho da estratégia de muitas empresas. Porém, na hora de implementar, sofrem com a resistência dos times de operação pela disputa de prioridade nas tarefas rotineiras.
    1. DADOS E FATOS DO PASSADO: É muito comum vermos gestores depositando todas as esperanças e esforços numa única e exclusiva análise SWOT (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças). Porém, o contexto muda rapidamente, tornando as informações da análise obsoletas num curto espaço de tempo, principalmente durante a jornada de implementação da estratégia.
    1. DA ESTRATÉGIA À SOLUÇÃO: Gestores tomados pela ansiedade de aproveitar mais rapidamente a abundância de oportunidades de negócio acabam focando sua comunicação nas prováveis soluções dos problemas e não na síntese da estratégia que apresentaria os problemas para as equipes responsáveis pela sua execução.
    1. QUERER FAZER TUDO: Acreditar que após concluir o desenho da estratégia a construção do plano de ação é a primeira etapa para o sucesso de sua implementação infla perigosamente o portfólio de iniciativas de negócio, fazendo com que as empresas percam o foco na geração de valor no momento da execução.
    1. ACHAR QUE O MUNDO É DETERMINÍSTICO: Achar que sempre o que está num plano de ação é algo que será entregue por aquele que está liderando a sua execução é um pensamento ingênuo no contexto da inovação. É possível pensar de forma determinística no universo das operações de negócios, cujos problemas e solução estão claramente definidos. Uma estratégia contempla o desenvolvimento de novas capacidades organizacionais, e num novo contexto de mercado e negócios, o mundo pode não se comportar da forma que gostaríamos de ver.
    1. BASTA DEFINIR UMA META QUE TUDO SE RESOLVE: Muitos planos estratégicos acabam se tornando uma lista de metas que não expressam as melhores escolhas e nem as melhores prioridades para o negócio. Estas metas ainda acabam conflitando entre si no momento da implementação/execução, tornando o problema ainda mais complexo de ser resolvido.
    1. VAMOS PELO QUE É MAIS FÁCIL DE ENTREGAR: No momento do desenho da estratégia, gestores ficam aprisionados em uma grande restrição trazida pela previsão orçamentária, refletindo diretamente na sua implantação. Como resultado, o foco passa a ser a execução do que é mais fácil e barato de ser entregue e não no que realmente agrega mais valor para o negócio.

    Como podemos reverter isso?

    Diante desta lista, que não é única, exclusiva e muito longe de ser a verdade absoluta, mas resume bem o que eu percebi ao longo de 10 anos estudando negócios, algo fica evidente para mim: a maioria dos empreendedores possuem a necessidade e vontade de impulsionar o negócio e alcançar maior abrangência dentro do seu mercado alvo para que conquistem mais e/ou melhores clientes. Dentro do contexto da nova economia digital, isso só é possível adotando estratégias extremamente ágeis e flexíveis, e isso é muito difícil de se realizar quando a gestão atua com a cabeça da economia clássica.

    A receita simples para a reversão desse quadro seria fazer exatamente tudo que está na lista acima, porém, ao contrário (eliminando as causas). O fato é que não existe uma receita tão simples assim. O mundo em que vivemos requer novos modelos de negócio, novas competências de liderança e menos modelos complexos que prometem a flexibilidade mas aprisionam as pessoas em torno de rituais e processos burocráticos em nome da “agilidade”.

    Para entender o nosso ponto de vista, convido você a ler este artigo escrito recentemente pelo meu sócio, Luiz Parzianello. Nele, você vai entender melhor sobre como estamos ampliando nossa visão sobre o conceito de Agilidade de Negócios de um modelo para um metamodelo, algo mais orgânico, fluído e que se adapta ao seu negócio (e não o contrário!).


    Gostou do texto? Você pode evitar que seu negócio entre para esta estatística!
    Domine os fundamentos da liderança que tornarão você um catalisador da evolução organizacional. Torne-se um Agile Business Owner.

    INSCREVA-SE HOJE MESMO NA PRÓXIMA EDIÇÃO DO CURSO ABO FOUNDATIONS.

  • Estratégia de Marca é diferente de Marca como Estratégia, porém uma depende da outra.

    Estratégia de Marca é diferente de Marca como Estratégia, porém uma depende da outra.

    Quando os gestores de empresas falam de marca, em sua maioria, é possível perceber que o tema acaba sendo encarado apenas como uma solução para o “desenho” ou redesenho da “logomarca”.

    O porquê muitos gestores, por anos, tratam o tema “marca” como algo mais visual, está diretamente relacionado à visão distorcida de resultados de negócio. Muitos, aliás, ainda mantêm a crença de que resultados se resumem apenas à perspectiva financeira.

    A nova economia digital requer uma atualização deste modelo de mapa estratégico. É preciso ampliar os elementos que fazem parte da perspectiva de resultados, indo para além da financeira, uma vez que, empresas da nova economia devem adicionar aos objetivos de resultados o sucesso de clientes, seu reconhecimento como marca e os impactos positivos gerados com os stakeholders.

    Perceba que “marca” está no campo de resultado de negócio, de geração de valores e significado para a sociedade, longe de ser um artefato ou recurso de comunicação.

    Agora, antes de continuar, vamos entender melhor o significado de “Estratégia de Marca”.

    Um termo muito popular nas organizações, para definir uma estratégia de marca é “branding”. Quando falamos isto, levamos em conta os atributos tangíveis e intangíveis da empresa para a análise, construção e posicionamento da marca que a representa. Queremos conhecer o propósito, valores, desejos e expectativas de todos os públicos e quais são os mercados de atuação, os novos e os potenciais.

    Ao fazer essa análise, precisamos ter clareza de quais são as necessidades da empresa em relação a um ou mais destes fatores que acabamos de descrever. Para isso, branding utiliza diversos recursos, como pesquisas por exemplo. Por fim, a materialização de uma “estratégia de marca” são campanhas de comunicação, manual de identidade visual e demais manifestações visuais, sonoras e demais experiências imagináveis.

    Mas, você deve estar se perguntando: e o resultado de negócio fica onde? A realidade é que, por mais que saibamos que um projeto de branding tem por motivação trazer resultados para a empresa, nem sempre existe este alinhamento. Quando se tem um pensamento de Estratégia de Marca, em muitos casos, o objetivo final é entregar um plano de ação para “colocar a marca na rua” e depois tentar juntar as pontas e demonstrar resultados de negócio e este é o erro que a maioria dos gestores cometem.

    Agora que falamos de Estratégia de Marca, está na hora de saber o que é Marca como Estratégia!

    Marca como Estratégia está relacionada com a definição das necessidades da empresa. De acordo com o apetite da organização, que é representada pela visão da alta gestão (Sócios, CEO, C level e conselho de administração), em algumas empresas, muitas organizações definem quanto querem faturar, a quantidade de clientes que precisam atrair. E não tem problema nenhum nisso. O fato é que esse discurso começa a enfraquecer quando precisam definir o que querem ser.

    Este gap está conectado com a (falta de) capacidade de seus líderes conseguirem definir com clareza como a sua empresa deseja ser reconhecida no mercado futuro muito antes de sair definindo como deve se comunicar, que já vimos ser uma questão relacionada à estratégia de marca.

    Diante do cenário complexo, incerto, ambíguo e volátil, característico da nova economia digital, esta capacidade tem sido essencial para comunicar o potencial de inovação das empresas, ou seja, qual a sua perspectiva sobre o futuro e quais suas apostas para manter-se relevante. Para ilustrar a importância deste ponto, esta capacidade tem sido crucial tanto para os processos de IPO, ou seja, ofertas iniciais de ação em bolsa de valores quanto para o cálculo de valor de uma organização (valuation) que buscam ampliar capital em rodadas com investidores.

    No mundo corporativo é comum nos depararmos com claras definições de negócio como visão, missão, resultados a serem conquistados e um exercício de estratégia. E é aqui que está o problema que queremos evidenciar: Quem essa marca quer ser? O que ela propõe? Qual é o valor que ela gera para a sociedade?

    Quando estes objetivos de resultado de negócio são definidos e a marca fica de lado, ela inevitavelmente passará a ser vista, no melhor cenário como uma solução.

    Neste sentido, é extremamente necessário utilizar a marca também como um objetivo de resultado de negócio. Quando isso ocorre a responsabilidade não recai apenas sobre o departamento de marketing, agência ou a campanha de comunicação. A marca passa a ser um elemento a ser mensurado e critério de sucesso do negócio, ao lado do sucesso de clientes e receita.

    A estratégia da empresa de sair do ponto A e ir ao ponto B, passa a levar em conta a definição de 4 objetivos estratégicos: Qual o faturamento ou valor de marcado que a empresa terá quando chegar em B? Qual será o nível de sucesso dos seus clientes, quando estiver em B? Como ela será reconhecida pelo mercado (Mais que posicionamento, é resultado da marca no mercado)? E, por fim, quais impactos positivos terá causado na sociedade?

    Quando elevamos a percepção de marca a esse nível, trazemos um compromisso de resultado associado e tendo os sócios, C-level, CEO e Conselho como responsáveis nessa jornada e não apenas apontando possíveis problemas ou criando soluções.

    A propósito, o que impede A EMPRESA e SEUS LÍDERES, de fazer com que a empresa seja reconhecida da forma como desejam?

    E a resposta para isto não é uma solução, como “temos que fazer uma campanha, temos que revisar o posicionamento, slogan, etc… O que impede uma empresa de tornar sua marca reconhecida está ligado à capacidade de gerar o resultado pretendido. Por exemplo, uma empresa deseja ser reconhecida como a melhor empresa de tecnologia do mundo e para chegar lá, não depende exclusivamente de uma excelente Estratégia de Marca, mas sim de olhar a marca como estratégia, que vai impactar produtos, pessoas e negócio.

    Lembram do branding que falamos no início da nossa conversa? Neste momento, mais do que nunca, deve ser visto pelas organizações como uma ferramenta de gestão extremamente alinhada às estratégias da organização.

    Realizar gestão pela marca, leva em conta fazer acontecer os atributos tangíveis e intangíveis da empresa para a construção e posicionamento da marca que a representa. É dar evidências – todo o santo dia – do propósito, dos valores, do posicionamento, de sua identidade, de sua personalidade, dos seus diferenciais.

    Para que o branding aconteça de verdade, a marca precisa ser (saber quem é ela e, inclusive suas limitações), fazer (dar evidências disso no serviço / produto) e falar (utilizar as identidades verbal e visual) através das campanhas de comunicação interna e externa, nos rituais de cultura, sensibilização do propósito, manual de identidade visual e demais manifestações visuais, sonoras e demais experiências imagináveis.

    Dito isso, podemos concluir que Estratégia da Marca e Marca como Estratégia são coisas bem diferentes, mas diretamente conectadas. Uma estratégia de marca sem uma precisa análise de necessidades de negócio fica superficial, bem como ter a marca como estratégia sem uma estratégia de marca, ficaremos apenas no campo de análise.

    Este conteúdo foi uma collab entre a LOLA – Marcas em Transição e a ABO Academy 

    Photo by davisuko on Unsplash

  • Agilidade de Negócios está aprisionada no passado

    Agilidade de Negócios está aprisionada no passado

    Você já se imaginou preso em um espaço-contínuo do tempo? Imagina viver um único dia, diversas vezes, sabendo exatamente o que vai acontecer e olhar para os lados e ver as pessoas repetindo as mesmas coisas, os mesmos erros. Isso é uma história que já foi pauta de diversos filmes de ficção, inclusive o clássico (na minha visão), “O Feitiço do Tempo” lançado em 1993 e estrelado por Bill Murray.

    Murray interpreta um repórter que é condenado a reviver indefinidamente o mesmo dia até que mude suas atitudes. Esta maldição acontece quando ele vai cobrir as celebrações do dia da Marmota, que é um festival que acontece anualmente no dia 02 de Fevereiro, na cidade de Punxsutawney, no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos.

    Trailler em inglês

    Mas o que isso tem a ver com Agilidade de Negócios?

    Vou explicar mostrando algumas descobertas que tenho feito como aluno de mestrado e pesquisador sobre Agilidade de Negócios. Antes, o que me motivou a entrar no mestrado em Ciências da Computação foi uma pergunta que martelava a minha cabeça: O que fez o negócio e tecnologia se distanciaram? E essa dúvida evolui para “quando começaram a seguir caminhos diferentes, as vezes parecendo até caminhos opostos?”

    Primeiro, voltamos ao início de 1990, para analisar o que pode ter iniciado a ruptura entre Negócios e a Tecnologia. Nessa época, começaram a surgir diversos Métodos Leves para Desenvolvimento de Software, era assim que os Métodos Ágeis eram chamados. Esses métodos surgiram em resposta aos antigos modelos de desenvolvimento de software, que se mostravam mais burocráticos, engessados e sem privilegiar a forma iterativa de desenvolvimento.

    Porém, mesmo adotando as práticas dos métodos leves, o que ocorreu foi que a velocidade com que a TI entregava produtos digitais estava aquém das expectativas do negócio e muito mais lenta do que as mudanças observadas nos desejos dos consumidores. Para você que não é de tecnologia, o Scrum, que foi lançado em 1993, se tornou um dos métodos leves mais populares fora da TI.  

    Ou seja, por mais “ágil” que a TI fosse, talvez não era o suficiente para antecipar, surpreender os clientes e ainda atender as necessidades de negócio. Podemos chamar esse momento de “Crise do Software” e a época em que o abismo entre estratégia de negócio e tecnologia começou a ser formar. Existiu um momento na história, em que prevalecia a harmonia?

    A harmonia entre negócio e tecnologia

    A evolução tecnológica sempre foi um impulsionador de novos negócios. Sem irmos tão longe, podemos trazer nomes importantes como Gordon Moore, que era um líder de negócio e observador, especialista em tecnologia.

    Em 1965, Moore fez uma previsão que determinaria o ritmo da revolução digital, conhecida como a lei de Moore. Em resumo, ela dizia que o poder da computação aumentaria tremendamente e que seu custo relativo cairia a um ritmo vertiginoso. Na condição de cofundador da Intel, Moore preparou o terreno para empresa prosperar, unindo resultados de negócios, rápida resposta à nova onda de inovação com o uso da tecnologia e soube orquestrar suas entregas com relação os anseios dos consumidores. Poderia citar outros tantos que usavam a tecnologia como meio de alavancar negócios. Até 1990, negócios e tecnologia viviam em harmonia, Steve Jobs e Bil Gates são outros exemplos populares que posso citar aqui.

    A tecnologia sempre foi uma forte aliada dos negócios, provocava mudanças ao mesmo tempo que dava respostas para negócio se fortalecer. E por que isso mudou? Será que a tecnologia evoluiu muito mais rápido do que a gestão de negócios conseguiu acompanhar, e isso causou distanciamento?

    A beira do precipício

    Gosto muito de citar o economista e cientista político austríaco Schumpeter. Ele é um dos pioneiros a considerar as ondas de inovações tecnológicas como motor de desenvolvimento. A ondas sucessivas também podem ser chamadas de “destruição criativa ou destruição criadora”. Isso porque quando uma nova onda inicia toda uma cadeia produtiva sofre alterações radicais, a ponto de deixar de existir. A percepção que se tem é que estas ondas estão cada vez mais rápidas e “disruptivas”, exigindo uma velocidade de resposta muito mais veloz ao passar dos anos.

    Na década de 1980, o mercado viu uma nova onda surgir que rapidamente começou a transformar o mundo. Com os primeiros movimentos em direção à popularização do computador pessoal, o consumidor estava ansioso por novas aplicações e melhorias em produtos digitais. Essa dinâmica fez com que profissionais da área de engenharia de software fossem cada vez mais solicitados e, na metade dos anos 1990, as cobranças por entregas mais frequentes, se intensificaram. Isto estimulou a busca por formas de desenvolvimento mais enxutas, garantindo alta produtividade e entregas iterativas. Esse movimento marcou a primeira década da Agilidade para Desenvolvimento de Software, quase 10 anos antes do Manifesto Ágil ser lançado.

    Os líderes de negócios estimulados pelas oportunidades de um novo mercado consumidor, demandavam soluções de tecnologia para seus profissionais de TI. O que acabou acontecendo é que a resposta era mais lenta que as mudanças de mercado, o que causava um forte desapontamento na cúpula das organizações. Esse foi o primeiro passo para fazer com a tecnologia e negócios seguissem por caminhos diferentes. Mas o que impedia profissionais de tecnologia de responder rapidamente às mudanças? Por que o leadtime da entrega estava em desconformidade com os requisitos de negócio? Talvez estas sejam as grandes questões que revivemos indefinidamente até hoje e que nos dá a sensação de estarmos presos nos anos 1990.

    Agilidade de Negócios está presa em um espaço contínuo de tempo, ainda nos anos 1990.

    Foi entre 1991 e 1992 que o termo agilidade ganhou o significado que mais se aproxima do conceito utilizado nos dias de hoje. O Instituto Iacocca da Universidade de Lehigh estabeleceu uma definição de agilidade como “a capacidade de prosperar de forma imprevisível em um ambiente em mudança”. Esta definição era uma resposta para as perguntas acima. As lideranças de empresas enxergavam um ambiente em constante mudança e em um mercado fragmentado, que representava uma grande oportunidade, porque a empresa que ocupasse os espaços do novo mercado digital, iria liderar esse novo ciclo econômico. Por outro lado, quem não se adaptasse ao novo contexto, sofria com a ameaça de extinção.

    Percebemos aqui que a definição de agilidade é anterior ao Manifesto Ágil, lançado em 2001 e que foi cunhada por uma escola de negócios. Foi apenas em 2001 que tecnologia se apossou do termo ágil. O movimento ágil para desenvolvimento de software, iniciado no início dos anos 1990, passou pela primeira década pós manifesto com o foco de perseguir práticas ágeis em nome da agilidade e não tinha, como foco principal a melhoria dos resultados de negócio, um forte motivo para o desapontamento e conflito de interesses entre entrega de tecnologia e necessidades de negócio.

    Até hoje, são diversas pesquisas que apontam que as metas operacionais são mais enfatizadas do que a estratégica de negócio, mesmo em organizações que estão realizando uma transformação digital ou dizem adotar o pensamento ágil. Logo, mesmo quando empresas assumem caminhar entre os valores e princípios da Agilidade de Negócios, ainda parecem estar presas na agilidade operacional da década de 1990. Por mais que existam frameworks, práticas para escalar a agilidade e conceitos fabulosos que definem o que é Agilidade de Negócios, na prática, a realidade é que pouco se percebe uma agilidade que vai além da perspectiva de entrega de produtos de software.

    O termo Agilidade de Negócios é relativamente novo, surgiu na segunda década pós manifesto ágil, para representar a tentativa de união entre os valores e princípios do manifesto com as necessidades de negócio. Porém, parece ser mais uma tentativa de renovar a esperança de voltar a fazer com que negócios e tecnologia vivam em harmonia do que de fato demonstrar agilidade. Poucos entenderam o que essa expressão significa. Poucos estão dispostos a entender, talvez.

    Precisamos quebrar o feitiço

    Fazendo a conexão com o filme “O Feitiço do Tempo”, algumas pessoas, como eu, parecem estar percebendo que a Agilidade de Negócios está presa no passado. Olhamos para o lado e vemos as mesmas reclamações que se ouvia na crise do software. Estamos dia a dia lendo artigos, textos, livros que trazem belos cases de sucesso de Agilidade de Negócio que o foco é um “processo ou uma ferramenta ágil” adaptada.

    O discurso que se repete é de que “o foco é gerar valor para o cliente e de respostas mais rápidas aos avanços e mudanças do mercado”. Estamos ainda buscando responder as mesmas perguntas de 30 anos com as mesmas respostas e algumas palavras novos, mais bonitas e contemporâneas.

    Por isso, vejo como se estivéssemos presos na década de 1990. E como no filme, só vamos nos libertar desse “feitiço” quando mudarmos nossas atitudes, quebrarmos nossas crenças limitantes e de fato olhar negócios e tecnologia como uma coisa só, um não existe sem o outro em uma economia digital.

    Devemos entrar em uma era, como trazido por diversos especialistas, em que a cultura é “Business Driven e Pivot-Ready”, ou seja, Agilidade de Negócios tem como foco Resultados de Negócios (leia aqui o artigo para entender que o que estou falando vai além da perspectiva financeira). E em um ambiente de constante mudança, o mundo VUCA, devemos estar sempre prontos para a mudança, seja ela qual for, mesmo que para isto a gente precise matar nossas melhores ideias antes que elas acabem por extinguir nosso negócio.

    Para encerrar, mais que trazer respostas prontas, eu vou deixar aqui mais 3 referências para artigos sobre Agilidade de Negócios publicados aqui na ABO Academy. Esse é um assunto fascinante e espero em breve trazer mais provocações e algumas respostas também.

  • O modelo definitivo do CEO do futuro

    O modelo definitivo do CEO do futuro

    Esse título é provocativo e falso, vou explicar. Tenho visto muita publicação comparando tipos, estilos de CEO. Uma atitude desesperada de “esteriotipagem”. De um lado uma figura com terno e gravata, tratado como antigo, velho, maléfico para a sociedade atual. Outro lado, a imagem de uma pessoa que usa moletom com capuz, camiseta, tênis, descolado, iluminado, jovem e benéfico para a sociedade atual e essencial para o futuro, ou seja, a materialização do CEO do futuro.

    Pois bem, fora o ponto negativo de esteriotipar, é uma forma irresponsável de descrever um papel, porque embora CEO seja um cargo, ele é um papel de liderança importante dentro de uma organização.

    Algo que também me chama atenção, é que um dos pensamentos mais maravilhosos que já li foi trazido por um “velho CEO”. Esse “senhor” falou no meio da década de 1990, logo que a internet estava ganhado espaço e popularidade, que ele sabia que dali sairiam modelos de negócios fantásticos, inclusive, criou um time para, como ele mesmo disse, acharem uma forma de criar o próximo negócio, baseado na internet, que desafiaria a sua empresa no futuro. O nome dele é Jack Welch, considerado o maior CEO do século XX. O século XX já é passado Mateus. Sim, de fato, mas, ainda não li algo tão contemporâneo, tão lúcido em jovens com moleton, as vezes, até me espanto e penso: Esse cara deve ter um terno e gravata por baixo desse agasalho. (foi pesado, mas, apenas para não perder a piada)

    Enfim, é a reflexão que faço para pararmos de olhar para tudo de forma binária. A realidade é Difusa, entre uma percepção da realidade e outra, existem muitos “mundos” (Metaverso ta aí para provar).

    O papel de um líder (podemos usar CEO aqui, pelo caminho que tomei, mas, pode ser qualquer um) é ser o incentivador, o visionário, o facilitador. Trazer a tona números, o desejo (e necessidade) de lucro, o olhar para cliente, o desejo de conquistar mercados e demonstrar a importância de gerar impacto positivo na sociedade. Essa é a visão de negócio na nova economia digital, que eu acredito. Inclusive, tem um artigo publicado aqui na ABO Academy sobre ressignificar a perspectiva de resultados. Leia aqui!

    Esse CEO, independente se usa terno ou bermuda, deve saber que as mudanças hoje são tão dramáticas que mudam fundamentalmente a natureza dos negócios, a natureza dos produtos e as razões pelas quais os clientes compram um produto ou consomem serviços.

    Portanto, antes julgar se essa pessoa toma mais ou menos café, usa terno ou camiseta, joga tênis ou golf, vamos julgar se ela está guiando as pessoas a rapidamente identificarem e adaptarem-se aos impactos das mudanças e aplicarem seus conhecimentos, para com criatividade, explorarem os recursos existentes ou criarem algo inovador com as suas respostas aos estímulos de um mundo em constante e rápida evolução.

    Se você concorda com minha reflexão, fico feliz! Se você discorda, é incrível, vamos debater, porque a minha visão é apenas o meu mapa de tudo que está acontecendo por ai!

  • Cultura de Dados: Muito mais do que informações

    Cultura de Dados: Muito mais do que informações

    Está na hora de redefinirmos o que entendemos como cultura de dados.

    O que se espera de qualquer líder da Nova Economia Digital, é que ele seja capaz de entender o mundo de uma maneira mais ampla, com dados e não achismos. Isso permite tomar decisões melhores nos negócios. Por isso, quem ainda não atua dessa forma e não desenvolve essa capacidade na sua organização, precisa urgentemente substituir sua visão de mundo baseada em percepções individuais, por uma baseada em dados e fatos.

    Esse pensamento foi o motivador do último encontro do ano da Comunidade de Prática de Agile Business Owner do Brasil. Com o tema “Cultura de Dados: Muito mais do que informações “, convidamos Fábio de Salles, Gestor de Produto no SERPRO que falou sobre “Cultura de Dados sem Inteligência é Desperdício” e Fabiane Nardon, CTO na Tail, que trouxe uma excelente visão sobre os “Desafios para implantar uma cultura de dados”.

    Em ambos os discursos, foi possível identificar uma coisa em comum nos assuntos trazidos. Algo que me fez lembrar da palavra proferida por Klaus Schwab ao ser questionado sobre qual palavra vinha a sua cabeça para descrever o atual cenário que o mundo se encontra. O líder e criador do Fórum Econômico Mundial disse: RESET.

    Veja se você, que está lendo esse texto concorda que de fato precisamos disso em tudo. A pandemia nos projetou para novas descobertas e redescobertas. Essa “pausa” forçada com o lockdown em diversos setores, pode ser vista como uma ameaça ou uma oportunidade para reestabelecer o rumo, redefinir nossa visão sobre negócios e pessoas. E o que isso tem a ver com o 16º Encontro da Comunidade de Prática realizado no sábado dia 04 de Dezembro de 2021? Na minha visão tudo, e vou demonstrar aqui.

    Dados são a luz que precisamos para enxergar nossos negócios.

    Fábio de Salles, Gestor de Produto no SERPRO

    Os debates em torno do tema central foram abertos com a fala de Fábio de Salles, Gestor de Produto no SERPRO, que já iniciou “resetando” uma frase repetida diversas vezes por gestores e palestrantes mundo a fora. De Salles afirmou que “dados não são o novo petróleo”, isso é uma inverdade, na visão dele. Dados são a luz capaz de fazer com que os líderes de empresas consigam “enxergar” seus negócios. Na visão do executivo, o mundo se tornou invisível, com o avanço da digitalização. Com o crescente avanço de lojas virtuais, não enxergamos mais os clientes, não estamos olhando para os estoques nas prateleiras e não manipulamos dinheiro fisicamente, tudo virou um conjunto de dados. E para você enxergar o seu negócio, você precisa compreender esse ecossistema informatizado. Por isso que a afirmação de que dados são a luz que permite com que empreendedores enxerguem de fato seus negócios é defendida por Fábio de Salles.

    Precisamos de mais engenheiros de dados do que de cientistas de dados.

    Fabiane Nardon, CTO na Tail

    Compreender que o mundo já está digital, me leva a expressão cunhada por Alvin Toffler de que devemos desaprender e reaprender. Fabiane Nardon, CTO na Tail desmistifica mais uma crença em seu discurso. Segundo a especialista, há uma crescente procura por cientistas de dados, uma posição que vem despertando interesse em diversos negócios inseridos na nova economia digital, mas, Fabiane alerta de que “precisamos ter mais engenheiros de dados do que cientistas de dados”. Esse desalinhamento tem a ver com a evangelização de gestores de que precisam ter uma empresa orientada a dados, mas muitas vezes não sabem o que isso significa. É uma corrida desequilibrada na direção de um destino sem um porquê. Isso resulta em prejuízos financeiros para as empresas. Voltando aos profissionais, muitas empresas contratam cientistas de dados com pouca experiência e colocam sob sua responsabilidade decisões importantes para o negócio. Muitas vezes essas decisões não são as melhores. O papel do cientista de dados é a experimentação, uma parte importante na jornada, mas, a etapa de execução é realizada por um engenheiro de dados, algo que muitas vezes fica negligenciado nas empresas.

    Traga você também a sua visão!

    Busquei como sempre, resumir rapidamente as falas dos dois profissionais incríveis que estiveram conosco no encontro. Os pontos que trouxe, foram os que me chamaram mais atenção porque eu mesmo tinha uma outra visão, mais semelhante ao que o Fábio e a Fabiane desconstruíram e acabaram me convencendo de que de fato, faz mais sentido o que eles apresentaram.

    Fica meu convite para você membro da ABO Academy assistir novamente o encontro e trazer a sua perspectiva, ele já foi publicado no arquivo de vídeos da CoP ABO Brasil. Se você não é membro, faça seu cadastro aqui, é rápido e gratuito. Como membro você tem acesso a todos os 16 encontros realizados, inclusive ao que foi debatido no chat do evento. São diversos temas sempre trazidos por profissionais com grande experiência e autoridade no assunto.

  • Mitos e verdades sobre Business Agility

    Mitos e verdades sobre Business Agility

    Tema do 15º encontro da Comunidade de Prática de Agile Business Owners Brasil veio de uma provocação de um profissional que admiramos muito, Ari Amaral, um entusiasta do conhecimento sobre Agilidade de Negócios como nós, que usou o Linkedin para balançar a comunidade ágil.

    Na ocasião, Ari fez 3 perguntas que serviram como combustível, reagindo com a visão crítica de diversos profissionais que, como ele, observam muita inconsistência no mercado sobre o que de fato é Business Agility:

    O que é e qual a melhor definição do termo Business Agility para vocês? Que tipos de contexto ele tende a funcionar melhor? Que disfunções vocês percebem no mercado?

    Ari Amaral

    Essa provocação do Ari movimentou a comunidade que trabalha, estuda e busca levar adiante os valores por trás da expressão Business Agility, que ganhou uma grande popularidade nos últimos anos.

    Da mesma forma que Erick Dove em 1997 descreveu agilidade como uma palavra muito sedutora e que evocava confusão com definições imediatas e pessoais, Business Agility parece seguir pelo mesmo caminho.

    Para tentarmos esclarecer os mitos e reforçar as verdades sobre o tema, convidamos 6 especialistas para estarem conosco no dia 06 de novembro de 2021 e trazerem as suas visões sobre Agilidade de Negócios.

    Business Agility na ótica dos especialistas

    O primeiro a colocar em evidência seu ponto de vista foi Fabrício Laguna, Presidente do IIBA Brasil (International Institute of Business Analysis). Nos seus 5 minutos de discurso, trouxe uma visão sobre sobrevivência e flexibilidade. Fez até uma brincadeira, afirmando que “quando o dinossauro grande tentou devorar o dinossauro pequeno e este escapou, ele demonstrou ter mais agilidade que o grande”. Por essa razão, agilidade para ele é uma habilidade, que traduzida para o contexto de negócios, faz com que empresas consigam se distanciar dos concorrentes, tendo movimentos mais rápidos em sua cadeia de valor.

    Rogério Roberto, SAFe Program Consultant da Hiflex, veio em seguida com um olhar complementar. Rogério resgatou a questão de implementação da Agilidade de Negócios, tendo como pano de fundo para seu discurso as bases do SAFe (Scaled Agile Framework®), que é um dos mais populares frameworks para “escalar a agilidade” nas organizações. O ponto central trazido pelo Rogério foi o ganho que uma efetiva jornada de Agilidade de Negócios pode representar na entrega de valor aos clientes de uma empresa, escolhendo bem os passos a serem dados e sempre guiados por uma oportunidade de mercado.

    Logo em seguida, Tatiana Feitosa, Líder do Business Agility Institute Brazil, chegou desmascarando um grande mito, e afirmou que “agilidade de negócios não é transportar práticas ágeis de desenvolvimento de software para todo o negócio”. Isso porque, o contexto é diferente, é muito mais complexo que os ambientes de TI. Partir desse mito como uma verdade é admitir que podemos impor uma solução de forma antecipada para um problema de negócio que muda constantemente. Além de muito arriscado, pode gerar uma grande frustração para todas as partes envolvidas.

    Rafael Prikladnicki, Professor e Pesquisador da PUCRS, usa das palavras de Stephen Denning escritas no livro A Era da Agilidade, para dizer que este é um tema que deve circular e ter o respaldo da alta gestão das empresas. Prikladnicki também referenciou Denning quando falou que Agilidade é uma mentalidade antes de ser uma habilidade. Mas o ponto mais importante na visão do professor e pesquisador, é a necessidade de Agilidade de Negócios falar de fato das necessidades e perspectivas de negócio, o que parece ser deixado de lado por empresas e até mesmo algumas consultorias. A atenção está na inovação criadora de mercado e não apenas se adaptar a ele.

    Ari Amaral, Agile Expert na Iteris Consultoria, o grande provocador que motivou esse encontro, inicia sua fala afirmando que Business Agility é feita de talentos. Uma organização ágil precisa saber contratar e dar condições necessárias para desenvolver as competências necessárias para que as pessoas contribuam para a melhoria de resultados de negócio. Na visão de Ari, talento é algo que as pessoas possuem naturalmente. Logo, as empresas funcionam como catalisadoras desses talentos, fomentando a colaboração para se chegar a um cenário futuro desejado.

    Encerrando o momento das pílulas de conteúdo, Luiz C. Parzianello, CEO da SURYA | Business Agility Getting Real trouxe a visão amplificada da Agilidade de Negócios para o que ele chamou de 5 Competências Essenciais que precisam ser desenvolvidas nos líderes de negócio. A primeira competência que Parzianello traz é a Liderança precisa ser evolucionária e os líderes devem ser sonhadores, realistas e críticos ao mesmo tempo. Para assim, trazer luz aos demais elementos que são Estratégia, Portfólio de Iniciativas e Governança, 3 elementos que ele chamou de estrutura da mudança, para que se garanta o sucesso da última competência: Execução Evolutiva.

    Participe do debate, traga também a sua visão sobre o tema

    E os debates seguiram com a participação do público que acompanhava o encontro. Inspirados por todo esse conteúdo seguiram com o nível muito alto. Por isso convido você a assistir na íntegra o encontro e deixo aqui a grande pergunta que ficou: Como exponencializar o desenvolvimento de líderes de negócios com essa visão sobre Business Agility?

    Você também pode ensaiar a reflexão em nossos Fóruns de Discussão e assistir à todas as edições anteriores da Comunidade de Prática, tornando-se membro da ABO Academy. A inscrição é rápida, gratuita e segura.

  • O mimetismo da agilidade de negócios

    O mimetismo da agilidade de negócios

    Agilidade de Negócios, ou Business Agility, vem sendo definida como a capacidade de uma organização atender rapidamente às necessidades de seus clientes e se adaptar às tendências e mudanças de um mercado cada vez mais VUCA e Digital. Mas, o desejo por esta “agilidade” parece estar cada vez mais imitativa ou “mimética”, fazendo com que líderes e gestores decidam copiar aquilo que foi feito por outras empresas.

    Dessa forma, a ideia deste texto é trazer uma visão pragmática sobre o tema. Este olhar é resultado dos trabalhos da SURYA, nossa empresa de consultoria dedicada a tornar a Agilidade de Negócios uma realidade nas empresas, somado aos conhecimentos obtidos por meio de estudos do mundo todo e do apoio da ABO Academy na pesquisa acadêmica.

    O mimetismo que envolve a busca pela Agilidade de Negócios

    Um estudo conduzido na Finlândia (2018) e na Suécia (2019), revelou que as metas operacionais parecem estar mais em foco do que as estratégicas de negócios, quando o assunto em questão é Agilidade de Negócios. Isso leva a crer, segundo os pesquisadores, que as empresas não abordam a agilidade de forma estratégica a partir de uma perspectiva empresarial e no nível de negócios.

    Diante disso, algumas perguntas surgem:

    1. Por que a busca pela Agilidade de Negócios se tornou uma obsessão empresarial?
    2. O que leva empresas à focarem em metas organizacionais e apenas replicar métodos ágeis nos departamentos?

    Sendo assim, René Girard, um historiador, antropólogo e crítico literário francês, conhecido por ter sistematizado o que chamou de Teoria Mimética, afirma que o desejo é imitativo ou ‘mimético’, e não inato, o que faz com que os seres humanos copiem os desejos uns dos outros. Se olharmos bem, a resposta da primeira pergunta está em uma característica humana, o que fica ainda mais claro, quando o sucesso de muitas empresas contemporâneas, está associado à adoção de um modelo ágil de gestão de negócios.

    Paralelo a isso, é sabido que muitas empresas grandes e já estabelecidas, estão demonstrando que seu foco tradicional na eficiência não as protege mais das flutuações do mercado, nem proporciona os lucros do passado. Seus modelos de negócios precisam ser redesenhados, como bem pontuado no livro Business Agility: Sustainable Prosperity in a Relentlessly Competitive World, de Michael Hugos.

    Além disso, muitos gestores, mesmo sem saber que conceitualmente existem diferentes tipos de agilidade como a operacional, organizacional, estratégica e agilidade de negócios. Por conveniência, tratam tudo como uma coisa só. E o desejo em “ser ágil”, vem do fato de que outros líderes afirmam obter os resultados incríveis por serem ágeis, ou seja, se essa é a receita de sucesso, é preciso adotar esse modelo o quanto antes.

    Diante desse contexto de “mimetismo ágil”, muitos gestores ainda seguem as estratégias baseadas em conceitos do século XX, o que responde a segunda questão, ou seja, procuram atingir com a agilidade as metas operacionais, reduzindo o potencial da Agilidade de Negócios para uma Agilidade Organizacional.

    Agilidade de Negócios é uma nova área do conhecimento

    A grande maioria de especialistas no mercado concordam que Agilidade de Negócios é uma capacidade empresarial, que vem sendo descrita há muitos anos, mesmo antes do manifesto ágil existir. Esse assunto era debatido dentro da ciência da administração e ganhou força nos últimos anos, pela popularidade do movimento ágil no desenvolvimento de software e os seus impactos em outros contextos.

    Diante disso, Agilidade de Negócios é tratada como sinônimo de Agilidade nos Negócios, mas é muito importante saber respeitar esses limites. O cientista chefe da ABO Academy, Rafael Prikladnicki escreveu um texto bastante esclarecedor sobre essa diferença, que você pode ler aqui.

    Posto isso, é inegável que os valores descritos no manifesto ágil seguem sendo a base da Agilidade de Negócios, a grande questão é compreender o impacto disso nos negócios. No manifesto é exaltada a importância de que responder à mudança é maior que seguir um plano, o que também é verdade, que a velocidade de reação é tão importante quanto o tempo que uma organização leva para implementar uma mudança, de forma mais rápida que seus concorrentes. Organizações na nova economia digital devem ser entidades emergentes, capazes de adaptar continuamente a um conjunto de “objetivos em movimento”.

    Essa proximidade com os valores ágeis trazidos no manifesto, parece ainda causar uma certa confusão conceitual quando falamos de Agilidade de Negócios. John Orvos, logo no prefácio de seu livro Achieving business agility: strategies for becoming pivot ready in a digital world, faz uma espécie de desabafo sobre essa “confusão conceitual”. Ele foi em 2017, como expectador, em um evento sobre Agilidade de Negócios, em Nova Iorque, nos Estados Unidos com a expectativa de ouvir algo novo sobre esse tema. Segundo Orvos, o que aconteceu foi uma espécie de “copia e cola” nos diferentes discursos que ouviu. Diversos profissionais contaram seus casos de sucesso e como as diferentes áreas de suas empresas adotaram os conceitos de agilidade. Ou seja, nada novo, como o próprio Orvos cita, foram os valores e princípios ágeis várias vezes repetidos pelos palestrantes, mostrando como a agilidade se “espalha” pela empresa.

    Seguindo nessa vertente, acreditamos que o campo da Agilidade de Negócios está em constante aperfeiçoamento, e por se tratar de um conceito que remete ao futuro da agilidade, ainda causa uma divisão de opiniões. Uma das causas desse desalinhamento, pode estar relacionado ao volume, ainda pequeno, de publicações científicas sobre o tema em todo o mundo.

    Dessa forma, mesmo sendo uma área de conhecimento em plena evolução, a Agilidade de Negócios tem o claro objetivo de desenvolver novas capacidades organizacionais que viabilizem:

    1. Responder rapidamente às necessidades dos clientes e demais partes interessadas;
    2. Adaptar-se às mudanças e tendências de um mercado cada vez mais digital;
    3. Acelerar o crescimento pela inovação na conquista de diferenciais competitivos;
    4. Realizar as transformações necessárias de forma sustentável;
    5. Atrair, desenvolver, liderar e motivar talentos.

    Estes 5 elementos, retratam um conjunto de expectativas que muitos gestores nos revelam quando iniciamos a jornada de aceleração de negócios, o nome que batizamos nosso programa de consultoria que tem auxiliado na “transformação ágil” de grandes empresas no Brasil.

    O que podemos concluir disso tudo

    O mundo está repleto de artigos, livros, eventos que exploram os princípios do manifesto ágil. Abordam valores como entregar valor continuamente, colaboração e adaptação às mudanças inesperadas e trazem isso como a definição de Agilidade de Negócios. Na verdade, é uma simples replicação do que o manifesto ágil trouxe em 2001. Uma releitura dos valores e princípios, que são resultado de um grande benchmarking de todos os projetos mundiais de desenvolvimento de software que tiveram enorme sucesso.

    Mas, podemos olhar por outro viés, como Conboy e Fitzgerald, nos sugerem. Segundo os autores, agilidade de negócios é “a contínua prontidão de uma organização em abraçar de forma rápida, proativa ou reativa, a mudança, através de alta qualidade, simplicidade, sustentabilidade de soluções condizentes com seu contexto”. E podemos ir além, empresas que buscam pela Agilidade de Negócios, estão inseridas em um ambiente em que as organizações são confrontadas frequentemente com avanços tecnológicos, incertezas, questões regulatórias e pressões do time-to-market.

    Em resumo, o que deve motivar líderes de negócio a buscarem compreender e perseguir a Agilidade de Negócios, é a oportunidade de desenvolverem em suas empresas a capacidade de detectar mudanças relevantes ao seu contexto e reagirem de forma oportuna e eficaz, o que é, hoje em dia, um fator importante para a sobrevivência de quaisquer organizações no mundo.

    Percebo por fim, que mais do que buscar se adaptar ao mundo, empresas em constante evolução devem ser capazes de criar algo que o mundo irá buscar se adaptar à elas.

    Participe do debate, traga também a sua visão sobre o tema

    Estas foram algumas das reflexões que costumo fazer por aqui. Tem muito dos achados da minha pesquisa em Business Agility, como base para a minha dissertação de mestrado. Convido você a fazer o mesmo na forma de ensaios ou pequenos artigos, submetendo seu material para email contato@abo.academy.

    Você também pode ensaiar a reflexão em nossos Fóruns de Discussão, tornando-se membro da ABO Academy. A inscrição é rápida, gratuita e segura.

0
    0
    Cesta de Compras
    Seu carrinho está vazioVoltar às compras